domingo, 18 de novembro de 2007



«Deixem-me ser simbólico! Deixem-me dizer com ênfase que as azedas eram a liberdade. Sim , a Liberdade! A liberdade conquistada. A liberdade amarga e doce, obtida ontem como hoje, como amanhã, como sempre, à custa de sacrifícios sem nome: de zeros, ralhos, incompreensões, quartos escuros, puxões de orelhas, ponteiros nos dedos, reprovações, descomposturas da família, e caretas, muitas caretas, imensas caretas.
Mas, digam-me lá: onde estão as azedas da minha infância que nunca mais as vi? Onde crescem agora? Em que cantos de pátios em ruínas? Em que quintais perdidos ao pé de que nespereiras? Onde? Onde? Onde? Dêem-me azedas! Quero azedas. Tragam-me azedas. Quero morrer a fazer caretas

José Gomes Ferreira

A infância fugiu-me para lugar incerto, fugiu lado a lado com as azedas.
O amor veio e descobri que era como azedas... O mesmo sabor amargo e doce... Caretas... muitas caretas... lado a lado com sorrisos... muitos sorrisos.. e o gosto aos meus tempos de petiz.
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