Há sempre uma noite em que de mansinho fugimos de nós.
Há sempre um rasgar de algemas e um salto de dentro do sono, para acordar dentro de um sonho.
E é com um olhar e um sorriso que apagamos o mundo e tudo quanto há à nossa volta, para ficarmos mais perto do céu.
E é à lua que pedimos uma alma emprestada.
E é com estrelas que colamos os pedacinhos soltos do coração.
E é com volúpia que me deito ao lado de mim mesma.
Adormeço.
Rasgo o casulo, espreguiço as asas, bebo a luz da aurora e voo livre, de encontro à paz.
Tudo o que escrevo é para mim.